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sábado, 20 de outubro de 2012

ESTILO DE VIDA: O CARRO E O ESTUDO!


Nestes meus quase 19 (dezenove) anos de Exército, comandei milhares de jovens e adultos e compartilhei, de forma direta ou indireta, das suas alegrias, tristezas, sonhos e questionamentos. E nesta minha caminhada, percebi que a maioria deles associa felicidade ao fato de ter bens materiais, especificamente, os “signos de distinção”. Chamo de signo de distinção produtos que se diferenciam de similares por ser mais caro. Exemplo: carro Ferrari, tênis Nike, bermuda Ciclone, relógio Rolex, Perfume Chanel, camisa Lacoste, terno Armani. Nada contra a essa associação (dinheiro traz felicidade), entretanto sempre me senti na obrigação de orientá-los sobre as possíveis armadilhas no caminho da “felicidade”.

Na profissão militar é comum um jovem, de família humilde, ingressar no Exército ganhando R$ 600,00 (seiscentos reais) e no ano seguinte passar a ganhar R$ 6.000,00 (seis mil reais), aos 20 anos de idade, como tenente temporário. Para mim, fatos como esses me reporta a um grande desafio, como demonstrar para esses jovens que gastar dinheiro com estudo é melhor do que com um carro novo? Como frear o ímpeto de um jovem cheio de sonhos e que, momentaneamente, pode realizá-los? Que apesar de seus pais sonharem a vida toda em ter um carro, ainda não é à hora de mostrar para seus pais que ele já pode comprar um carro, e novo? Como convencer um jovem sonhador a não realizar seu sonho naquele momento?

Iniciei falando da minha profissão, mais casos de ascensão financeira são mostrados diariamente, na mídia, quer sejam de jogadores de futebol, atores, dançarinas, cantores, “BBB”, ou casos menos “midiáticos”, como estagiários recém contratados por empresas multinacionais. E a pergunta permanece, deve-se viver o hoje sem pensar no amanhã ou ter paciência e dosar os ganhos? Algo extremamente difícil!

O Governo brasileiro, nos últimos anos, vem aumento o acesso ao crédito e diminuindo os juros, resultado: o endividamento das famílias brasileiras vem batendo recordes! Entretanto a “cultura do consumismo” não para de crescer, incentivando as pessoas a comprar mais e mais. E nessa avalanche consumidora, os jovens, por falta de experiência, acabam sendo as maiores vítimas, por terem uma necessidade maior de se estabelecer, mostrar “poder”, a fim de ganhar prestígio entre seus amigos e amigas. Nas classes mais baixas, o ápice dos jovens é ter um carro bonito com um som potente. Conheci uma pessoa, no Rio de Janeiro, que comprou um carro importado em várias prestações, mas não saia com o carro porque não tinha dinheiro para pagar o seguro, nem o IPVA.

Diante de fatos como o exemplificado, cresce de importância uma pessoa próxima para orientá-los para caminhar conforme suas pernas, planejar a melhor forma de gastar seu dinheiro e saber investir em si próprio, dando tempo ao tempo. Ensiná-los as causas e as conseqüências de granjear atenção das pessoas pelo que tem e pelo o que é. Saber respeitar o tempo, lei da vida, e ao invés de comprar um carro novo, comprar livros e investir no aprendizado.

O carro pode trazer uma sensação de prestígio perante outras pessoas, fazer com que muita gente o veja como um vencedor e até te respeite por isso. Entretanto, o carro vai ficando velho, requer gasto de manutenção, vai sendo desvalorizado e em breve a pessoa não mais se satisfaz com ele. Pensa em comprar um melhor e esbarra no fato de que ainda não pagou o atual. A tal da “vaidade” começa a afetar a autoestima, o instrumento que viabilizou a sensação de prestígio, passa a ser um problema, como sustentar o ego sem dinheiro? Muitas vezes pagou, parcelado, três vezes o valor do carro e não consegue vendê-lo nem pela metade do valor que comprou. Fora as pessoas que chegam a ter depressão por causa disso e ter que gastar dinheiro com remédios e terapia.

O estudo ensina muitas coisas interessantes, certamente proporcionará novas oportunidades e um crescimento financeiro sustentável. O carro novo? Virá em poucos anos e de forma definitiva. Mas como fazer esses jovens esperar? Como fazer com que eles troquem um carro novo e a sensação de bem-estar pelo estudo e a solidão da leitura?

Quando os jovens são religiosos, acho mais fácil conseguir convencê-los, pois temos exemplos da simplicidade de Jesus, de Chico Xavier ou os ensinamentos dos Orixás sobre a simplicidade da vida. Quem não gostaria de poder ouvir os ensinamentos dos sábios? O estudo faz com que as pessoas se tornem ou aproximem-se dos sábios. As pessoas que se aproximam de outras que tem bens financeiros, provavelmente se afastam quando findam as posses, já as pessoas que angariam a simpatia pelo conhecimento, jamais ficarão solitárias!

Por fim, sempre oriento as pessoas, compre um carro novo e outros signos de distinção, mas não antes de ter uma estabilidade financeira e investir no estudo! 

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