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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SÍMBOLOS NACIONAIS: EDUCAR OU SEGREGAR?


Hoje, 18 de setembro, comemoramos o dia dos Símbolos Nacionais. No Brasil, os Símbolos Nacionais são: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional. Eles servem para representar o Brasil diante de outros países, para unir os brasileiros no culto aos valores, objetivos e história nacional, e, também, para serem representativos e agregadores – inclusivos – das pessoas da comunidade brasileira, criando, em tese, uma identidade com o povo brasileiro.


Hoje, dia dos Símbolos Nacionais, foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) relativos ao analfabetismo no Brasil. Segundo a PNAD, 14,2 milhões de brasileiros com 15 ou mais anos de idade são analfabetos, sendo que mais da metade (7,5 milhões) são nordestinas e mais de 10 milhões estão acima dos 40 anos. Já as crianças entre 10 e 14 anos, 492 mil são analfabetas.


Coincidentemente, os dados da PNAD chegam no dia dos Símbolos Nacionais. Estes, como já dito, servem para criar uma identidade da população com o seu País. Porém, diante de uma realidade estarrecedora, fica a indagação: será que os Símbolos Nacionais têm identidade com todo o povo brasileiro?


A nossa Bandeira, criada em 19 de novembro de 1889, inspirada na bandeira do Império, tem na sua parte central um círculo azul com a frase positivista “Ordem e Progresso”. Entretanto para quase 15 milhões de brasileiros, que representa mais do dobro da população do Paraguai (6.831.306 habitantes) ou quase cinco vezes a população do Uruguai (3.477.778 habitantes), esta frase tanto faz se tivesse escrita em: inglês (Order and Progress), francês (Ordre et le Progrès), italiano (Ordine e Progresso), espanhol (Orden y Progreso) ou alemão (Ordnung und Fortschritt), pois eles não conhecem as palavras. Gostaria de registrar que dos 35 países da América – do Sul, Central, do Norte – somente a Bandeira do Brasil tem frase. Por mais estarrecedor que seja, a nossa Bandeira discrimina uma parcela significativa da população brasileira!


Quanto ao nosso Hino Nacional, o quê dizer dos termos: colosso (gigante), florão (jóia), fúlgidos (brilhantes), fulguras (realças), garrida (alegre), impávido (corajoso), lábaro (bandeira), plácidas (calmas); por isso, que de cada dez pessoas, que chegam para prestar o Serviço Militar no meu Batalhão, somente um, em média, sabe o Hino Nacional. Entretanto todos sabem o hino dos seus times de futebol. Seria uma extrema insensatez dizer que estes jovens não são patriotas. Na verdade, eles não foram educados nas suas escolas ou não passaram por elas.


A Lei nº. 5700, de 1 de setembro de 1971, que dispõe da forma e representação dos Símbolos Nacionais, no seu artigo primeiro, diz que a Bandeira Nacional e o Hino Nacional são símbolos nacionais inalteráveis. Conclusão: temos que educar para não segregar!

6 comentários:

  1. Excelente e muito importante sua reflexão.
    A educação ainda é uma herança que ninguém perde.
    Resta saber se os governantes querem que a população seja educada e até mesmo se as pessoas querem isso também.
    O que não é correto é ficar parado.
    Vale lembrar que em muitas situações o interesse está acima de tudo. Se hoje é mais fácil ou interessante aprender o hino do seu time de futebol.....

    Parabéns!

    Renata Dias

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  2. Marinho...

    Parabéns pelo blog, é muito bom saber q existem pessoas como vc para nos manter informada.

    Sucesso...

    Adriana Reis

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  3. Ola Marinho, não me surpreendi com o seu blog, pois ele é o reflexo do homem inteligente e com uma opnião bem apurada e realista que vc sempre nos demonstrou em nossos churrascos,rs. Saudades e espero que possamos o mais rápido possível nos encontrarmos para fazermos aquele debate.
    Bruno Nascimento

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  4. Amigo Marinho,

    Efetivamente vivemos no País da segregação, afinal de contas as "bolsas criadas" pelo governo para socializar e incluir as pessoas, fazem-nas analfabetas, pois como sabemos aumenta-se o número de filhos, principalmente no Nordeste, para aumentar os benefícios sociais e o que nós observamos é o número cada vez maior de analfabetos e o aumento da criminalidade, pois estes filhos não são educados, não tem inclusão social e cultural, consequentemente sem oportunidade no mercado de trabalho, e o que observamos, na realidade, é o aumento da corrupção, por conta não só da inércia e imobilismo da sociedade, mas principalmente pela ausência de educação.
    Como pode o povo brasileiro conhecer os nossos simbolos nacionais se não lhe oportunizam educação, conhecimento.
    Estamos na política do quanto pior melhor, assim fica mais fácil de conduzir os desinformados.
    Parabéns pelos comentários, sempre, pertinentes.
    Hilberto.
    SERTÃO!!!!!!

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  5. Cara, vc colocou palavras muitos importantes nesse tema, tão característicos e significativos para nós brasileiros. lutamos tanto nessa vida e criamos objetivos que esquecemos da nossa cultura, nossas riquezas,nossas raízes e deixamos pra tráz os valores reais>>>> adorei sua dissertação>>>>adorei tb o tema

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  6. Há alguns dias um comentário, numa estação de rádio FM em Salvador, informava sobre a deturpação dos resultados do ENAD: o Brasil tem evoluído no conceito do exame e a média nacional tem sido razoável, porém não são avaliadas as escolas da zona rural. Pergunta-se: Os resultados seriam satisfatórios se estas escolas tivessem seus estudantes avaliados?
    É dever do Estado educar. Aliás, a doutrina de proteção integral infanto-juvenil, abraçada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)assegura aos futuros cidadãos o direito especial a educação, entre outros direitos que lhes facultem um desenvolvimento pleno.
    Sabe-se que os governos (Federal, Estaduais e Municipais)têm negligenciado a educação. Remuneram mal os servidores; não investem em estrutura física das escolas, desviam verbas, e até mesmo a merenda escolar, sem citar o transporte, imprescindível para os alunos de determinadas regiões, que de péssimas qualidades, acabam por colocar em risco a vida de centenas de pequeninos.
    É muito díficil alcançar o progresso num país de imensa desordem - como podem os indivíduos se reconhecerem parte de uma sociedade, se desde crianças são marginalizados, excluídos do processo de desenvolvimento do país?
    O pior em tudo isso é a força dos políticos amorais, que através de ações de condutas informadoras da violência estrutural (aquela em o indivíduo não percebe que está sendo vitimizado)ratificam as desigualdades e desníveis sociais exarcebados, tentando a todo custo manter (des)ordem das coisas.
    Ora, fica claro que aqueles que não sentem-se parte de uma sociedade, já que mesmo esta negou-lhes a participação efetiva em sua construção, pela lógica não criarão com a mesma uma identidade - o ciclo estará completo: tudo se manterá na mesma (des)ordem, as camadas mais baixas sem acesso a educação, vivendo nas trevas do desconhecimento, sem saber quais são seus direitos e sem por eles poder luta; a sociedade clamando por justiça social, mas empurrando para embaixo do tapete suas mazelas, exigindo leis mais duras presídios maiores para os deliquentes; e os Governos administrando mal a máquina pública, distribuindo mal as riquezas e promovendo óbices ao processo educacional, negando o acesso dos menos favorecidos ao poder.
    Citando Cazuza:"Brasil mostra sua cara. Quero ver quem paga pra a gente ficar assim!"

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